sábado, 25 de agosto de 2007

Viver com paixão...

Vi um filme hoje em que um dos atores fez o seguinte comentário...
"os gregos não faziam obituários; eles faziam uma pergunta,
em tom de reflexão:
"Viveu com paixão?"
Aline

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

sol...

E o sol nasceu.
Nasceu e vai nascer.
Porque ele sempre nasce.
E ele brilha sobre os maus e sobre os bons.
Ele nasce, independente da esperança, se há ou não.
Ele nasceu. Pálido. Frio. Sem belas paisagens.
Nasceu como se por hábito.
Por ser mera rotina nascer.
Nasceu e eu tenho que acordar.
Ver e viver.

domingo, 19 de agosto de 2007

Tristeza


Tristeza
Em certos momentos a gente se sente tão triste.
É assim.
Há quem diga que é necessário sentir-se triste para que
possamos identificar a vivência do sentimento oposto...
Sem a referência da tristeza seria difícil nomear o que sentimos
quando estamos alegres, felizes.
Mas em certos dias é tão difícil falar destes sentimentos.
A tristeza toma um espaço no nosso corpo...
Parece não caber dentro da gente e a gente parece que vai transbordar.
E porque transborda de tristeza a gente chora... como se fosse necessário
extravasar a tristeza, como se chorar fosse uma válvula de escape.
A tristeza é um sentimento... ainda que essa definição seja vaga, porque
quando a gente está triste parece que aquilo que a gente sente é mais que isso.
A tristeza é resultante de alguma situação.
Resulta também, às vezes, de algo que a gente pensa.
É, porque só de pensar a gente fica triste, não sendo
necessária a ocorrência de alguma situação concreta pra que
a gente, efetivamente, se sinta assim.
A vida, por si, nos impõe certos precipícios,
nos coloca frente a obstáculos intransponíveis
e só nos resta lamentar.
Não há verdadeiramente nada a ser feito.
Ainda mais se formos contar com as nossas condições
humanas... somos tão fracos, tão vulneráveis.
Ai, como eu estou triste.
Line

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Rotina.


Voltando pra casa. Sexta. Depois de um dia cheio. Muito trabalho.
Depois de muita reflexão sobre as perdas da vida,
o rádio tocou uma canção.
Eu estava dirigindo. O carro. Não a vida...
Nem sabia que eu sabia a canção. Mas eu sabia e cantei.
Cantei com força.

"E depois,
A luz se apagou
E eu não consigo mais ficar sozinho aqui...
Sem você é tão ruim, não tem sentido, prazer
Não há nada.

Por favor,
Não me interpreta mal
Eu não queria, nem devia te magoar

O tempo vem, o tempo vai
Passa por mim, meio assim... meio assim devagar

Vou dormir sentindo
O que a solidão pode fazer

Há um ser ferido
Por saber que o erro era meu, só meu.

Já passou,
Agora já passou
Mas foi tão triste que eu não quero nem lembrar

Ter você
Ver você
Querer mais de nós dois não tem nada demais

E pensar...
Você aparecer
Pela janela tão bonita de manhã

Vem pra mim e não vai mais
Me abraça
Me abraça
Me abraça
Por tudo que for..."

(Lobão)

terça-feira, 14 de agosto de 2007

O retorno...


Começo essa postagem meio sem saber o que vou escrever.
Não tenho nada em mente. Não tenho pensado coisas originais.
Nem sei por onde começar.
Pensar algo sobre mim, algo pessoal é, às vezes, conflitante.

É bem verdade que penso em escrever hoje
porque já faz tempo que não escrevo, que não posto.

Sinto que me cobro nesse sentido e essa cobrança me faz lembrar
alguns filmes em que o personagem é escritor e que,
porque escreve coisas interessantes, a editora cobra a escrita,
coloca prazos para que se produza algo.
Mas, definitivamente, este não é o meu caso.
Não sou escritora, não tenho prazos,
nem ao menos sei quantas pessoas se interessam
de fato pela minha escrita, pelo que penso, por minhas idéias.

Idéias. Minhas idéias. Meus pensamentos, meu eu.
Quem se importa? (fazendo menção ao tema do mês da juventude...)
Semana passada fui convidada a fazer uma palestra para pais.
Eu não sou mãe, mas o meu "psicologês" parece contribuir à educação,
ainda que não tenha experiência alguma nessa área (como mãe).
Queria ter filhos, na verdade uma filha,
mas não sei se esse é um plano de Deus para minha vida.

Usei uma frase na palestra:
"Para Drummond "fotografia é o codinome da mais aguda percepção".
Dito isto, ele lança sobre a alma hipóteses do ver nos quais
os olhos encerram todas as possibilidades da visão.
Ver ganha, aqui, sentido mais abstrato:
VI- VER. Vi, de ver.
E se, para mim, tudo é uma questão de alma,
se fotógrafo e fotografado constituem objeto de mais valia -
estética, emocional, o lucro então será RECONHECER,
pelas vias do SENTIMENTO e do instinto,
que ver é também inaugurar sinestesias e retinas.
A fotografia, nesse sentido, espelha-se no cristal
do momento refletido: VIDA SENDO,
e as lentes de uma câmara (oculta, de tanto SENTIMENTO),
flagrando o mundo todo."


Eu peguei a frase emprestada pra dizer tanta coisa.
Mas, na verdade, eu nem sei se disse.

A gente quer sempre dizer tanta coisa e não diz.
E quando diz, diz errado, ou não diz da forma como gostaria de dizer.
E a gente tem medo de dizer e de perder por dizer.
E a gente quer dizer pra ganhar, mas tem medo de arriscar.
Há quem não quer que a gente diga.
Tem medo de ouvir e de dizer: agora eu sei!!!!
Tem gente que nem deixa a gente tentar, a gente ser "vida sendo"!

Ver, Vi-ver, reconhecer, ser, não ser. Eis a questão.
Bem, não sei se fui clara. Não sei se posso ser mais clara.
Mais clara do fui.

Eis a minha fotografia. Queria ser nua.
Clara, óbvia, tentar e não me esconder atrás
da minha covardia em ser eu.
Queria não me justificar usando para
isso a covardia de outro ser.
Levar integralmente as minhas culpas.
Aline