terça-feira, 14 de agosto de 2007

O retorno...


Começo essa postagem meio sem saber o que vou escrever.
Não tenho nada em mente. Não tenho pensado coisas originais.
Nem sei por onde começar.
Pensar algo sobre mim, algo pessoal é, às vezes, conflitante.

É bem verdade que penso em escrever hoje
porque já faz tempo que não escrevo, que não posto.

Sinto que me cobro nesse sentido e essa cobrança me faz lembrar
alguns filmes em que o personagem é escritor e que,
porque escreve coisas interessantes, a editora cobra a escrita,
coloca prazos para que se produza algo.
Mas, definitivamente, este não é o meu caso.
Não sou escritora, não tenho prazos,
nem ao menos sei quantas pessoas se interessam
de fato pela minha escrita, pelo que penso, por minhas idéias.

Idéias. Minhas idéias. Meus pensamentos, meu eu.
Quem se importa? (fazendo menção ao tema do mês da juventude...)
Semana passada fui convidada a fazer uma palestra para pais.
Eu não sou mãe, mas o meu "psicologês" parece contribuir à educação,
ainda que não tenha experiência alguma nessa área (como mãe).
Queria ter filhos, na verdade uma filha,
mas não sei se esse é um plano de Deus para minha vida.

Usei uma frase na palestra:
"Para Drummond "fotografia é o codinome da mais aguda percepção".
Dito isto, ele lança sobre a alma hipóteses do ver nos quais
os olhos encerram todas as possibilidades da visão.
Ver ganha, aqui, sentido mais abstrato:
VI- VER. Vi, de ver.
E se, para mim, tudo é uma questão de alma,
se fotógrafo e fotografado constituem objeto de mais valia -
estética, emocional, o lucro então será RECONHECER,
pelas vias do SENTIMENTO e do instinto,
que ver é também inaugurar sinestesias e retinas.
A fotografia, nesse sentido, espelha-se no cristal
do momento refletido: VIDA SENDO,
e as lentes de uma câmara (oculta, de tanto SENTIMENTO),
flagrando o mundo todo."


Eu peguei a frase emprestada pra dizer tanta coisa.
Mas, na verdade, eu nem sei se disse.

A gente quer sempre dizer tanta coisa e não diz.
E quando diz, diz errado, ou não diz da forma como gostaria de dizer.
E a gente tem medo de dizer e de perder por dizer.
E a gente quer dizer pra ganhar, mas tem medo de arriscar.
Há quem não quer que a gente diga.
Tem medo de ouvir e de dizer: agora eu sei!!!!
Tem gente que nem deixa a gente tentar, a gente ser "vida sendo"!

Ver, Vi-ver, reconhecer, ser, não ser. Eis a questão.
Bem, não sei se fui clara. Não sei se posso ser mais clara.
Mais clara do fui.

Eis a minha fotografia. Queria ser nua.
Clara, óbvia, tentar e não me esconder atrás
da minha covardia em ser eu.
Queria não me justificar usando para
isso a covardia de outro ser.
Levar integralmente as minhas culpas.
Aline

2 comentários:

A. disse...

(gosto de te ler,mesmo com essas longas pausas....sempre venho aqui.)

Trilobita disse...

Querida, o trecho entre aspas, que fala do Drummond, tem um autor,não? Porque eu já li isso em outro blog, com postagem mais antiga que a sua. Que tal colocar os créditos?